terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Missão Portas Abertas divulga lista dos países da América Latina onde há mais perseguição contra cristãos; Confira

Missão Portas Abertas divulga lista dos países da América Latina onde há mais perseguição contra cristãos; Confira
Na América Latina, região de países subdesenvolvidos e com ampla maioria de cristãos (entre católicos e protestantes), há regiões em que os seguidores de Jesus Cristo não são tratados com hospitalidade. Esse alerta é feito pela Missão Portas Abertas, que listou lugares onde há perseguição religiosa que põe o Evangelho na berlinda.
A entidade de defesa da fé cristã e de apoio aos missionários ressalta que, mesmo a região abrigando apenas um dos 50 países que mais perseguem cristãos, “alguns países da América Latina apresentam registros de cristãos que são hostilizados por causa de sua fé”.
O primeiro a ser citado é o México, que tem registrado aumento de perseguição contra cristãos, por conta do antagonismo tribal, que é protagonizado por tribos indígenas que literalmente caçam fiéis, e devido à oposição das igrejas ao crime organizado, que enxerga nos grupos de fiéis uma ameaça.
Venezuela é um país onde a perseguição “é quase imperceptível e difícil de compreender claramente”, e se dá através da opressão comunista, que influencia a política. Atualmente, o país beira a guerra civil, com a polarização entre os seguidores do presidente morto Hugo Chávez e os oposicionistas ao regime.
Cuba, a ilha comandada pelos irmãos Castro, impõe um regime comunista que isola os cidadãos elimita a liberdade religiosa. O atual presidente, Raul Castro, vem proporcionando lentas mudanças na política, o que resultou em pequena melhora às condições para a divulgação do cristianismo. “Antes, os cristãos eram espancados, presos e, por vezes, assassinados; agora, a pressão contra os seguidores de Jesus é, de maneira geral, mais sutil. Ela continua na forma de assédio, vigilância rigorosa e discriminação, incluindo a prisão ocasional de líderes. Cristãos são monitorados, e cultos e eventos da Igreja correm o risco de terem a participação de espiões. Os cristãos também sofrem ameaças e discriminação na escola e no trabalho”, diz o relatório da Missão Portas Abertas.

Por fim, o mais perigoso país latino-americano para um cristão viver é a Colômbia, 25ª colocada na lista de 50 países onde há mais perseguição religiosa. No último ano, o número de cristãos sequestrados e mortos aumentou. A violência interna faz com que diversos colombianos do interior do país – cristãos ou não – sejam obrigados a abandonar suas casas e buscar abrigo em outras regiões.

domingo, 23 de fevereiro de 2014

Piadas para crentes [46] – O pastor, a criança e a vaca

Piadas para crentes / Deus é humor / humor cristãoUm Pastor de uma igreja do interior de Minas Gerais estava em uma estrada à caminho da casa de um dos irmãos da igreja para visitá-lo, pois ele se encontrava doente, quando encontra na estrada uma menina de uns seis anos, puxando uma vaca.
Piadas para crentes, humor cristão: O pastor, a criança e a vaca
Intrigado com a cena, o pastor questiona a menina:
— Onde você vai, menininha?
— Vou levar a vaca do meu pai para cruzar com o touro do seu Zé ali no fim da estrada. Respondeu ela com um sorriso nos lábios.
O pastor fica escandalizado com aquilo tudo, imaginando a cena que a menina iria ver. Então, com seu poder de convencimento, tenta fazer a menina desistir dessa ideia maluca:
— Será que essa não era uma tarefa mais apropriada para o seu pai, minha criança?
A menina fita os olhos no pastor e, com a naturalidade de uma criança das espertas, diz:
— Não, senhor! De jeito nenhum! Tem que ser o touro mesmo…
Respostas certeiras das crianças! Quem nunca? :)

Piadas para crentes [3] – O padre, o pastor e o rabino

Série piadas para crentespiadas para crentes, humor, deus é humor, padre, pastor, rabinoUm padre, um pastor e um rabino querem ver quem é o melhor no seu ofício. Vão todos para a floresta procurar um urso para tentar convertê – lo. Após a experiência inusitada eles se reúnem para contar como foi.
O padre começa:
- Quando encontrei o urso, li o Catecismo para ele e o aspergi com água-benta. Na semana que vem, será a sua Primeira Comunhão.
O pastor
- Achei um urso perto do rio – disse o pastor – e preguei o Evangelho. O urso ficou tão fascinado que deixou que eu o batizasse.
Os dois olham para o rabino, que está todo engessado numa maca.
- Pensando bem – diz ele – acho que eu não devia ter começado com a circuncisão…

Piadas para crentes [58] – Uma lição sobre perdão dos inimigos


Num dos cultos de domingo à noite, o pastor começa sua pregação sobre perdão de pecados e, ao final de toda a argumentação, pergunta aos fieis:
- Quantos de vocês estão dispostos a perdoar seus inimigos?
Piadas para crentes [58] - Uma lição sobre perdão dos inimigos
A maioria levantou a mão. Para reforçar a visão do grupo, ele voltou a repetir a pergunta e então todos levantaram a mão, menos uma pequena e frágil velhinha que estava na segunda fileira, apoiada numa enfermeira particular.
- Dona Mariazinha? A senhora não está disposta a perdoar seus inimigos ou suas inimigas
- Eu não tenho inimigos!” respondeu ela, docemente.
- Senhora Mariazinha, isto é muito raro! disse o sacerdote. E perguntou: quantos anos tem a senhora?
E ela respondeu: – 98 anos!
A turma presente na igreja se levantou e aplaudiu a idosa, entusiasticamente.
- Doce senhora Mariazinha, será que poderia vir contar para todos nós como se vive 98 anos e não se tem inimigos? Dê seu belo testemunho aqui na frente!
- Com prazer, disse ela.
Aí, aquela gracinha de velhinha se dirigiu lentamente ao altar, amparada pela sua acompanhante e ocupou o púlpito. Virou-se de frente para os fiéis, ajustou o microfone com suas mãozinhas trêmulas e então disse em tom solene, olhando para os presentes, todos visivelmente emocionados:
- Porque já morreram todos, aqueles ‘miserentos’, ‘malacabados’!

O que significa anjo, arcanjo, querubim e serafim?


A Bíblia nos cita nominalmente a existência de pelo menos quatro seres da esfera espiritual: anjos, arcanjos, querubins e serafins. Apesar de citá-los, não há um detalhamento tão grande a respeito deles. Mas, mesmo com poucas informações, podemos ter uma ideia razoável do que é cada um deles.anjos, arcanjos, serafins, querubins
Os anjos são citados na Bíblia como mensageiros e executores das ordens de Deus (Gênesis 16.10; Daniel 6. 22; Salmos 103. 20). Os anjos são espíritos que servem a Deus e também aos servos de Deus (Salmos 34. 7). Vemos que Deus criou os anjos puros, mas uma parte deles preferiu rebelar-se contra Deus (Judas 1.6). Em alguns textos os anjos são descritos com características semelhantes as humanas (João 20. 12).
arcanjo é citado na Bíblia como uma espécie de “Anjo-chefe”. A palavra arcanjo tem esse significado. Veja um verso bíblico sobre um dos arcanjos: “Contudo, o arcanjo Miguel, quando contendia com o diabo e disputava a respeito do corpo de Moisés, não se atreveu a proferir juízo infamatório contra ele; pelo contrário, disse: O Senhor te repreenda!” (Judas 1. 9).O fato de esse arcanjo contender ou lutar diretamente contra o diabo mostra que é um ser dotado de grande poder e autoridade, e que exerce uma posição de destaque na esfera espiritual.
Os querubins são citados na Bíblia como seres que têm asas e uma forma [semelhante] a humana (Êxodo 25. 20). Em algumas passagens vemos querubins com forma de animais (Ezequiel 41. 18-19). Em outras, temos querubins descritos em formas estranhas, mesclados com características de pessoas e animais. Por exemplo: Em Ezequiel 1. 5- 8, esses seres tinham 4 rostos, 4 asas, mãos que saiam de debaixo das asas, etc. Esses seres estão sempre ligados a glorificação da majestade e grandeza de Deus (Apocalipse 4. 6-8).

Só existem dois versículos na Bíblia mencionando os serafins: Isaías 6. 2, 6. Nestes versos os serafins são descritos da seguinte forma: “cada um tinha seis asas: com duas cobria o rosto, com duas cobria os seus pés e com duas voava”. Da mesma forma que os querubins, os serafins sempre estão ligados a glorificação da majestade e grandeza de Deus .De forma resumida é isso que a Bíblia cita destes seres. São seres que, acima de tudo, estão à serviço do Reino de Deus. Certamente os conheceremos melhor quando estivermos na presença do Pai e deles.

O que significa Jeová rapha, Jeová jireh, Jeová nissi, Jeová shamá, El-shaday e Elohim?



JEOVÁ RAPHA – Uma expressão hebraica composta de duas palavras. A primeira é o nome de Deus no Antigo Testamento: “Y ̂ehovah”, que é comumente pronunciado no português como “Jeová”. A outra palavra hebraica é “Rapha”, que significa “curar”. A expressão junta significa, “O Senhor cura”. Aparece no texto abaixo:Hoje em dia está muito na moda o uso de expressões que fazem parte dos escritos dos originais da Bíblia. O interessante é que a maioria das pessoas fala ou usa essas expressões e não têm a mínima ideia do que significam. Pensando nisso, fiz uma pequena compilação de algumas expressões que são muito usadas hoje em dia (em músicas, nomes de igreja, nomes de lojas, etc.), para vermos seu real significado:
“e disse: Se ouvires atento a voz do SENHOR, teu Deus, e fizeres o que é reto diante dos seus olhos, e deres ouvido aos seus mandamentos, e guardares todos os seus estatutos, nenhuma enfermidade virá sobre ti, das que enviei sobre os egípcios; pois eu sou o SENHOR, que te sara.” (Êxodo 15. 26)
JEOVÁ JIREH – Uma expressão hebraica composta de duas palavras. A primeira é o nome de Deus no Antigo Testamento: “Y ̂ehovah”, que é comumente pronunciado no português como “Jeová”. A outra palavra hebraica é “yireh”. A expressão completa significa algo como “O Senhor proverá”. Vemos essa expressão no texto abaixo:
“E pôs Abraão por nome àquele lugar — O SENHOR Proverá. Daí dizer-se até ao dia de hoje: No monte do SENHOR se proverá.” (Gênesis 22.14)

JEOVÁ NISSI – Também é uma expressão hebraica composta, onde temos: O nome de Deus “Y ̂ehovah” + “nicciy”. Significa algo como “O Senhor é minha bandeira”. Vemos essa expressão no texto abaixo:
“Moisés edificou um altar e lhe chamou: O SENHOR É Minha Bandeira.” (Êxodo 17.15)
JEOVÁ SHAMÁ – É uma expressão hebraica composta, onde temos: O nome de Deus ”Y ̂ehovah” + “Shammah”. Significa algo como “O Senhor está ali”. Vemos essa expressão no texto abaixo:
“Dezoito mil côvados em redor; e o nome da cidade desde aquele dia será: O SENHOR Está Ali.” (Ezequiel 48. 35)
EL-SHADAY – Uma expressão hebraica também composta por duas palavras: “‘el”, que significa Deus e “Shadday”, que significa “todo-poderoso”. A expressão completa fica “Deus Todo-Poderoso”. Vemos essa expressão no texto abaixo:
“Quando atingiu Abrão a idade de noventa e nove anos, apareceu-lhe o SENHOR e disse-lhe: Eu sou o Deus Todo-Poderoso; anda na minha presença e sê perfeito.” (Gênesis 17. 1)
ELOHIM – Palavra hebraica “elohiym”, que significa “Deus”. Vemos essa palavra no texto abaixo:
“No princípio, criou Deus os céus e a terra.” (Gênesis 1.1)
ADONAI – Palavra hebraica “’Adonay”, que significa “Senhor”. Vemos essa palavra no texto abaixo:
“Ri-se aquele que habita nos céus; o Senhor zomba deles.” (Salmos 2. 4)
*Não confundir “Senhor” em minusculas (Adonay), com “SENHOR” em maiúsculas, que é comumente, nas traduções brasileiras, usado onde aparece o nome de Deus nos originais bíblicos (“YHWH” - Y ̂ehovah”).

sábado, 1 de fevereiro de 2014

Conceitos Falsos sobre a eternidade

Conceitos Falsos sobre a eternidade

Vários conceitos são proclamados sobre a eternidade, mas são simplesmente crendices populares sem nenhuma base bíblica.

1- Deus é amor e não mandará ninguém para o inferno - É verdade, Deus é amor, mas também é justo e santo. Aquele que não desejou viver ao Seu lado, em vida, seria uma injustiça levá-lo para morar eternamente no céu. Em João 3.16 e 18 vemos que o céu é para quem crer. Aquele que não recebeu pela fé, a purificação de seus pecados, pelo sacrifício de Jesus, continua impuro, e não entrará no céu (Ap 21.1-8).

2- Céu e inferno são aqui na terra e no presente tempo - Aqui se faz, aqui se paga! É verdade que o resultado de muitas ações, são contempladas aqui, mas a Bíblia fala de uma colheita no juízo final (Rm 2.5-10; Gl 6.6-10).
Morreu acabou - Esta é a tese do materialista: vamos virar pó e só. A Bíblia diz que não: Ec 12.7; Lc 23.43.

3- Somente os justos ressuscitarão - Esta é a teoria adventista. Segundo eles, os ímpios ficarão dormindo, sem nenhum problema, e somente os justos ressuscitarão para a vida eterna. Essa é uma grande heresia (Veja Mt 10.28).

4- Depois da morte voltaremos a terra para uma purificação - Esta é a teoria espírita para uma reencarnação. A medida em que a pessoa vai se reencarnando, transforma-se em algo melhor. Se fosse assim, o mundo hoje seria bem melhor que nos tempos passados, e não é isto que temos visto. Os homens estão indo de mal a pior (Hb 9.27).

5- Ficamos em um purgatório até sermos purificados - Esta é uma doutrina católica. As pessoas que ficam, rezam pela alma dos mortos e eles saem do purgatório que é o local onde se paga pelos pecados cometidos. Entranto, lemos na Bíblia que não há saída do destino eterno: “... O verme não morre e o fogo não se apaga” (Mc 9.43-44).

6- Só a alma que é eterna - A Bíblia diz que o corpo também aparecerá para ser transformado, no caso dos salvos. Os ímpios continuarão com o velho corpo (1Co 15.52-55; 1Ts 4.16-17).

O que a Bíblia Diz sobre a Eternidade?

Em Lc 16.19-31 encontramos de uma forma completa, uma grande janela aberta para a eternidade. Verdades claras que combatem com eficiência todas as heresias afirmadas acima. Lá aparece um rico que morre sem compromisso com Jesus e um pobre que morre com Jesus. No mesmos instante se perceberam no destino eterno, estavam conscientes e um grande abismo os separava. Lázaro foi reconhecido pelo rico e o rico não conseguiu enviar uma mensagem para os seus irmãos na terra.

A Condição das Almas após a Morte

a) As almas dos justos - São aperfeiçoadas em santidade e recebidas na glória, onde desfrutam da presença de Deus. (Lc 23.43; 2Co 5.1-9; Fp 1.23). Ficam aguardando a redenção dos corpos (Rm 8.23; 1Co 15.42-44)

b) As Almas dos Ímpios - São lançadas no inferno, onde permanecem em tormentos (Lc 16.22-26). Ficam aguardando o juízo do grande dia (Jo 5.28,29; 2Pe 2.9)

o que a Bíblia diz sobre o milênio?

Na Segunda Vinda, o povo de Deus será levado para o céu. A Bíblia diz em 1 Tessalonicenses 4:16-17 “Porque o Senhor mesmo descerá do céu com grande brado, à voz do arcanjo, ao som da trombeta de Deus, e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois nós, os que ficarmos vivos seremos arrebatados juntamente com eles, nas nuvens, ao encontro do Senhor nos ares, e assim estaremos para sempre com o Senhor.” Na Segunda Vinda de Cristo, os impíos estarão cheios de terror e desespero. A Bíblia diz em Apocalipse 6:16-17 “E diziam aos montes e aos rochedos: Caí sobre nós, e escondei-nos da face daquele que está assentado sobre o trono, e da ira do Cordeiro; porque é vindoo grande dia da ira deles; e quem poderá subsistir?” O lider dos impíos será destruído com a glória da Vinda de Cristo e os resto dos impíos serão destruídos pela Sua espada. A Bíblia diz em 2 Tessalonicenses 2:8 “E então será revelado esse iníquo, a quem o Senhor Jesus matará como o soprode sua boca e destruirá com a manifestação da sua vinda.” A Bíblia diz em Apocalipse 19:21 “E os demais foram mortos pela espada que saía da boca daquele que estava montado no cavalo; e todas as aves se fartaram das carnes deles.” Como os justos irão para o céu com o Senhor e os impíos serãodestruídos pela aparição de Jesus, a terra ficará sem habitantes humanos duranto um tempo. A Bíblia diz em Jeremias 4:23-25 “Observei a terra, e eis que era sem forma e vazia; também os céus, e não tinham a sua luz. Observei os montes, e eis que estavam tremendo; e todos os outeiros estremeciam. Observei e eis que não havia homem algum, e todas as aves do céu tinham fugido.” Os outros impíos ficarão nas suas sepulturas durante mil anos. A Bíblia diz em Apocalipse 20:4-5 “E vi as almas daqueles que foram degolados por causa do testemunho de Jesus e da palavra de Deus, e que não adoraram a besta nem a sua imagem, e não receberam o sinal na fronte nem nas mãos; e reviveram, e reinaram com Cristodurante mil anos. Mas os outros mortos não reviveram, até que os mil anos se completassem. Esta é a primeira ressurreição.” Enquanto os santos estão no céu e os impíos estão mortos, o diabo estará limitado a esta terra deserta durante 1000 anos. A Bíblia diz em Apocalipse 20:1-3 “E vi descer do céu um anjo, que tinha a chave do abismo e uma grande cadeia na sua mão. Ele prendeu o dragão, a antiga serpente, que é o Diabo e Satanás, e o amarrou por mil anos. Lançou-o no abismo, o qual fechou e selou sobre ele, para que não enganasse mais as nações até que os mil anos se completassem. Depois disto é necessário que ele seja solto por um pouco de tempo.” Ao final dos 1000 anos a Nova Jerusalém descenderá do céu à terra. A Bíblia diz em Apocalipse 21:1-3 “E vi um novo céu e uma nova terra. Porque já se foram o primeiro céu e a primeira terra, e o mar já não existe. E vi a santa cidade, a nova Jerusalém, que descia do céu da parte de Deus, adereçada como uma noiva ataviada para o seu noivo. E ouvi uma grande voz, vinda do trono, que dizia: Eis que o tabernáculo de Deus está com os homens, pois com eles habitará, e eles serão o seu povo, e Deus mesmo estará com eles.” Nessa altura os impíos ressuscitados e Satanás liberado tentarão apoderar-se da cidade de Deus. A Bíblia diz em Apocalipse 20:7-9 “Ora, quando se completarem os mil anos, Satanás será solto da sua prisão, e sairá a enganar as nações que estão nos quatro cantos da terra, Gogue e Magogue, cujo número é como a areia do mar, a fim de ajuntá-las para a batalha. E subiram sobre a largura da terra, e cercaram o arraial dos santos e a cidade querida; mas desceu fogo do céu, e os devorou.” E nessa altura serão destruídos pelo fogo do inferno. A Bíblia diz em Apocalipse 20:9 “E subiram sobre a largura da terra, e cercaram oarraial dos santos e a cidade querida; mas desceu fogo do céu, e os devorou.” BibleInfo.com P.O. Box 19039, Spokane, WA 99219 Bibleinfo.com Phone Line: 1-800-97-BIBLE

Acredito na Trindade, porem existem algumas perguntas para as quais não encontrei respostas. Gostaria de entender mais sobre a pessoa do Espirito Santo e sua atuação em minha vida.

10 Perguntas para os que NÃO Acreditam na Trindade
1. Se Jesus era menor do que Deus, como pode também ser “o mesmo ontem, hoje e para sempre” (Heb. 13:8)?
2. Já que o Senhor não dará a Sua glória a nenhum outro ser (Isaías 42:8; 48:11) como pôde o Senhor Jesus pedir ao Pai: “Glorifica-Me contigo mesmo com a glória que Eu tive junto de Ti, antes que houvesse mundo” (João 17:5). E como pôde Pedro atribuir-lhe glória, que só deveria ser atribuída a Deus (2 Pedro 3:8)?
3. Jeová Se refere a Si mesmo como tendo sido traspassado (Zacarias 12:1 e 10), mas como em Apocalipse 1:7 todos verão a Cristo como Aquele que foi traspassado?
4. Como podem tanto Jesus como Jeová revelar-Se com a mesma designação, “Eu sou” (Êxodo 3:14; João 8:58; 18:5, 6 e 8)?
5. Jeová é o primeiro e o último (Isaías 41:5; 55:6; 48:12), mas o mesmo qualificativo é atribuído a Jesus: Apocalipse. 1:11-17; 2:8; 22:13. Como pode haver dois primeiros e dois últimos?
6. Como explicam que Isaías 6:1:1-10 apresenta a visão do profeta que claramente se refere a Jeová, sentado no Seu alto e sublime trono, mas João 12:36-41 aplica a passagem a Jesus e Paulo informa que quem disse aquelas palavras a Isaías foi o Espírito Santo (Atos 28:25-27)?
7. Pode Jesus ser adorado não sendo Deus (Mateus 2:2, 8, 11; 14:33; 15:25; 20:20; 28:9, 17; Marcos 5:6; Lucas 24:52; João 9:38) quando Deus mesmo manda os anjos adorá-lo: Hebreus 1:6?
8. Se Jesus Cristo não é Deus, por que não corrigiu Tomé quando este a Ele se referiu dizendo: “Meu Senhor e meu Deus”(João 20:28)?
9. Como explicar que Cristo foi ressuscitado pelo Pai (Atos 10:40; 13:30), por Seu próprio poder (João 10: 17, 18) e pelo Espírito Santo (Romanos 8:11)?
10. Se o Espírito Santo não é uma divina pessoa, por que Se dirige a Si mesmo com um pronome pessoal: Atos 13:2, 4?
A MARAVILHOSA PESSOA DO ESPÍRITO SANTO
São João 14:17
INTRODUÇÃO
A Ninguém pode amar a quem não conhece. A maravilhosa pessoa do Espírito
Santo, pouco O conhecemos, por isso pouco O amamos. No mundo cristão, Sua pessoa tem sido deturpada e falsificada em suas manifestações. Por
isso não O procuram, não O necessitam e não O amam.
1. Alguns crêem que Ele é somente uma emanação de Deus o Pai, comparando-O à uma força cega e desprovida das qualidades de uma pessoa sublime.
2. Outros O conhecem como a um ser tão misterioso, por mais que nos esforcemos, nunca O conheceremos. O vocábulo usado para referir-se a Seu nome: Espírito, para eles é extremamente misterioso.
3. Jesus Cristo nos dá a certeza de que podemos conhecê-Lo. São João 14:17 – “… o mundo não pode receber, porque não no vê, nem o conhece: vós O conheceis, porque Ele habita convosco.” Cristo nos dá a esperança de que assim como aconteceu com Seus discípulos, nós também poderemos conhecê-Lo.
B. A Pessoa do Espírito Santo
O Espírito Santo como uma pessoa maravilhosa, faz uso de Suas faculdades como de Sua grande inteligência; Sua poderosa vontade e Seus sentimentos mais profundos para comunicar-se e relacionar-se conosco. A Bíblia apresenta alguns detalhes destas habilidades.
A Tem um grande INTELECTO – I Coríntios 2;10,11 e Romanos
8;26,27.
Pode o Espírito Santo pensar e recordar?
1. Ele tem pensamentos, profundos, sábios e uma memória magistral que conhece a cada pessoa do mundo por nome e os detalhes de sua vida.
2. Ele pode examinar a mente das pessoas e encontrar o que está escondido no pensamento humano. Ele conhece o pensamento de Deus. Tudo o que é de Deus.
B Tem uma VONTADE poderosa – I Coríntios 12:11 e Atos 20:28.
1. Ele tem a responsabilidade de tomar decisões. Impedir que o diabo tome o controle sobre a igreja e as pessoas. Que maravilhoso é ser guiado e governados por Ele! Ele fortalece a vontade do débil e cansado!
C Tem profundas EMOÇÕES e SENTIMENTOS – Romanos 15:30
1. Ele se alegra, se entristece, expressa Seus sentimentos, nos ama. Há maneiras específicas em que o Espírito Santo se manifesta a nós. Ele assim o fez ao logo de Seu ministério na história da Igreja.
II MANEIRAS ESPECÍFICAS EM QUE CONHECEMOS O ESPÍRITO SANTO
A Atividades e atitudes do Espírito Santo como pessoa. Apresento algumas de suas manifestações:
1. ENSINA – São João 14:26
É um maravilhoso mestre que domina todas as línguas e trabalha no cérebro humano, se o permitirem, com o objetivo de ensinar-lhes sobre Cristo e Sua Palavra.
2. TESTEMUNHA ACERCA DE CRISTO – São João 15:26
Uma de suas principais missões é apresentar, revelar a Cristo Jesus, Seu caráter, Seus ensinamentos, Seus milagres, Sua morte, e Sua ascensão, etc.
3. ESCUTA-NOS – São João 16:13
Tem agudeza auditiva para escutar nossos clamores e pedidos audíveis e silenciosos. Também discerne e lê os pensamentos que não foram expressos em palavras. Ele interpreta nossas orações e as apresenta a Deus como devem ser apresentados.
4. ELE SE RECORDA – São João 14:26.
Não somente lembra das coisas passadas e das pessoas, como nos ajuda a recordar o que temos estudado acerca de Sua Palavra.
5. ELE FALA – São João 16:13.
Ele sabe comunicar-se clara e diretamente conosco, transmitindo-nos Seus pensamentos e Seus sentimentos. Por vezes, fala através de nós.
6. ELE REVELA – I Coríntios 2:10
Ele nos revela os ensinamentos bíblicos, nos ajuda a interpretar a Sua Palavra.
7. ELE AJUDA – Romanos 8:26.
Sabe que somos imperfeitos e incapazes para conseguir uma transformação de vida, por isso, nos ajuda em nossas debilidades, nossos traumas, nossos complexos, nossos defeitos hereditários e adquiridos.
8. ELE COMPARTILHA – I Coríntios 12:11.
Distribui os dons, as habilidades segundo nossa capacidade.
9. ELE GLORIFICA A CRISTO – São João 16:14.
Ele interveio diretamente no nascimento, no crescimento, no ministério de Cristo, em Sua morte, e Sua ressurreição. Ele é o principal Representante de Cristo.
10. ELE INSPIRA – II São Pedro 1:21
O Espírito Santo inspirou os profetas ao receberem as mensagens de Deus e também para proclamá-las.
11. ELE CONTENDE COM OS IMPENITENTES – Gênesis 6:3
Ele persuade, insiste e com o pecador a não seguir pecando. O faz com amor e paciência, sem pressionar ou obrigar.
12. ELE CONVENCE DO PECADO – São João 16:8
Sua lógica é divina. O uso que faz da Palavra para confrontar o pecador com os requerimentos de Deus, leva-o a persuasão. Convence o pecador do terrível pecado que significa rejeitar a Cristo. Convence o pecador, leva-o a reconhecer seu erro e ir a Cristo para ser perdoado.
13. ELE NOS DÁ PODER – São Lucas 24:29.
Quando combina nossa vontade frágil com a poderosa vontade de Deus, então Seu grande poder entra em ação em nossa vida.
14. ELE PERMANECE – São João 14:16.
Ele é leal, amoroso. Não nos abandona.
15. ELE NOS TRANSFORMA – II Coríntios 3:18.
Leva-nos a sermos mais semelhantes a Jesus.
16. ELE NOS SANTIFICA – I Coríntios 6:11
Torna real a presença de Cristo em nós. Então desejamos Sua presença e amamos Sua santidade.
17. ELE NOS CONVERTE – São João 3:5.
O novo nascimento é uma realidade completa com Sua intervenção.
18. ELE INTERCEDE A CRISTO POR NÓS – Romanos 8:26.
Leva-nos a Cristo e nos atribui os valores e o caráter de Cristo em nós.
19. ELE NOS CONVIDA – Apocalipse 22:17.
Seu chamado/convite não é compulsivo. Convida-nos com amor.
20. ELE ESQUADRINHA O NOSSO SER – I Coríntios 2:10.
Ele analisa, estuda as intenções e os motivos das pessoas.
21. ELE NOS SELA COM O SELO DA REDENÇÃO
– Efésios 1:13
Assegura-nos, dá-nos a certeza da salvação em Cristo Jesus.
22. ELE NOS CONSOLA – Atos 9:31.
Sabe dar-nos esperança.
23. ELE NOS GUIA – São João 16:13.
Conduz-nos ao conhecimento da verdade.
24. ELE SABE ENTRISTECER-SE- Efésios 4:30.
Nossa indiferença para com Sua pessoa, O entristece.
25. ELE HABITA EM NÓS – São João 14:17
Seu principal interesse é habitar em nós para ajudar-nos a viver a vida cristã e defender-nos contra o mal.
26. ELE CRIA – Jó 33:4
Ele participou na criação dos Céus e da Terra.
Ele participou na criação do homem, Ele participa na regeneração humana.
27. ELE ORDENA – Atos 13:2
Com nossa permissão. Ele sabe dar ordens para dirigir nossa vida e ajudar-nos no trabalho de tomar decisões importantes.
CONCLUSÃO:
A Desta maneira, estamos conhecendo a pessoa do Espírito Santo. Conhecemos acerca de Sua maravilhosa atividade em favor de nossa salvação. Estamos certos que temos sentido a necessidade de Sua intervenção em nossas vidas, para dar-nos de Seu poder. Temos admiração, apreço e um especial afeto com relação a Ele.
B Conhecedores destas 27 atividades do Espírito Santo como pessoa, temos o desejo de ter um maior companheirismo e amizade com Sua divina pessoa.
C Chegaremos a conhecê-Lo tal como Ele é, se deixarmos que Ele habite em nós, e tome posse de nossa mente e nossos sentimentos.
D Façamos então companheirismo com Ele. Façamos amizade com Ele e digamos esta oração:
“Querido Santo Espírito, agora Te conheço melhor.
Desejo fazer amizade contigo.
Permito que venhas e habites em minha mente e em meu coração.
Assim, conhecendo-Te mais, aprenderei a amar-Te e glorificar o Teu nome.
Amém.”
A Trindade e a Doutrina Bíblica
A palavra trindade não se encontra na Bíblia. Seria isso prova de que a doutrina não existe? A palavra Milênio também não está na Bíblia e por isso não existe o milênio ou um período de mil anos? Claro que existe (Ap 20:1-3). O fato de se usar uma nova palavra para uma doutrina bíblica não significa que a doutrina não tenha existido antes do aparecimento do novo vocábulo. A doutrina não depende de novos nomes, existia antes deles, assim também a doutrina da Trindade.
Alguns acreditam que a doutrina da Trindade foi inventada em 325 d.C., devido às disputas com Ário, mas esquecem que, se essa doutrina não existisse antes, por que Ário a combateria? Na realidade a atitude de Ário demonstra que a crença já era estabelecida e que a igreja, na sua reação, elaborou mais detalhadamente a doutrina com vistas a refutar os argumentos filosóficos e os usos impróprios de interpretações da Bíblia.[8]
Além da Bíblia, a prova de que a doutrina da divindade de Cristo e do Espírito Santo bem como da Trindade (embora a palavra ainda não tivesse sido usada) já era crida em toda a igreja cristã, e ensinada pelos bispos, é uma carta de Alexandre, bispo de Alexandria, no distante Egito, para Eusébio da Nicomédia, na Ásia. Ela é anterior a Nicéia, antes de Ário se tornar notório pela pregação de sua “nova” doutrina. Nessa carta, Alexandre queixa-se que sua divergência com Ário deu-se por causa da negação da divindade de Cristo:
Tudo isso devido a que nós não concordamos com ele quando ele declarou em público, (…) Sempre gerado, não procedente-criado, nem no pensamento nem no mesmo momento Deus originou o Filho, sempre Deus, sempre Filho, O Filho procede do próprio Pai. [9]
A controvérsia que envolveu a igreja no oriente e ocidente, considerou Ário como herege, e provocou vários concílios desde 319 até 381. Esta controvérsia absorveu meios e energias de muitos líderes da igreja. Numa carta a seu homônimo de Tessalônica na Grécia, Alexandre declarou que, para conseguir implantar a “novidade” de sua doutrina:
Ele [Ário] denunciou cada santa doutrina apostólica; ele organizou no estilo dos judeus um grupo de trabalho lutando contra Cristo. Ele negou a divindade de nosso Salvador.[10]
“Nós cremos no Espírito Santo” diz o credo Niceno. A ausência da abordagem sobre a divindade do Espírito Santo explica-se pelo fato de que a questão em foco era a divindade de Jesus, e, quando se fez necessária, posteriormente, no concílio de Constantinopla (381 d.C.), elaborou-se uma definição mais ampla:
… “e no Espírito Santo, o Senhor, o Doador da Vida, o qual procede do Pai, o qual com o Pai e o Filho é adorado e glorificado, o qual falou pelos profetas”. É o mesmo Espírito mencionado no AT que é adorado como o são o Pai e o Filho.[11]
Os credos primitivos, elaborados pela igreja, ao contrário do que alegam seus críticos, foram a expressão das crenças anunciadas pelos apóstolos e que podem ser comprovadas no NT. Mas nem todas as crenças, visto não terem sido alvo de ataques, apareceram em credos, embora estejam claramente na Bíblia. Uma doutrina é verdadeira por estar na Escritura como é o caso da Divindade Triúna.
A Influência Pagã no Anti-trinitarianismo
A Trindade era uma consenso estabelecido na igreja antes das disputas arianas, bem como a divindade de Jesus e do Espírito Santo. Apenas não existia formulação oficial de concílio com expressões técnicas. Estas se tornaram posteriormente necessárias para enfrentar os ataques de Ário.
Os argumentos de Ário, por outro lado, tiveram origem em sua formação filosófica e não na Bíblia. O que o impediu de permanecer na doutrina trinitária foi a crença na filosofia platônica do Monas. Esse Monas seria, na filosofia platônica (pagã), a causa única, primeira e indivisível. O Monas por ser único é impossível ser dividido. Aí Ário deteve-se e não pôde conciliar sua idéia com o que lhe parecia ilógica e “anti-filosófica” doutrina bíblica. Isso o levou a forçar a Bíblia a dizer o que sua filosofia de antemão afirmava. Não é sem motivo que alguns grupos ainda hoje produzem suas próprias “traduções” da Bíblia para atender aos interesses filosóficos que não teriam apoio num puro “sola Scriptura”.
Ário, em uma carta a Alexandre bispo, de Alexandria, confessa seu referencial pagão ao declarar: “Deus é antes de tudo como um Monas e causa. Portanto Ele é antes do Filho”.[12]
Assim, sua conclusão dobrava a Bíblia à filosofia. Ário e seus seguidores modernos (alguns até inconscientes disso) acham-se na defesa do platonismo pagão. Negam a verdade da Palavra de Deus, sem perceberem, que na tentativa de sustentação do unitarismo de Deus, repetem a filosofia platônica. Fogem da Trindade que é uma única divindade e caem na adoração de um semi-deus, à moda pagã.
O próprio Filho de Deus na qualidade de uma “divindade menor”, segundo algumas opiniões, nem deveria existir, pois, conforme a Bíblia declara:
Vós sois as minhas testemunhas, diz o Senhor [YHWH], o meu servo a quem escolhi; para que o saibais, e me creiais, e entendais que sou eu mesmo, e que antes de mim deus nenhum se formou, e depois de mim nenhum haverá (Is 43:10). (grifo nosso).
Se foi o Pai que falou as palavras acima, então o Filho jamais seria um deus de qualquer tamanho ou qualidade : “depois de mim deus nenhum haverá”. Se, por outro lado, foi o Filho quem falou estas palavra de Is 43:10, então Ele nega que o Pai existia antes de Si: “antes de mim deus nenhum se formou”. Ambos, então, são co-eternos, como diz a Bíblia (Is 9:6; Mq 5:2; Jo 1:1-3).
A posição assumida de prestar a Jesus “um tipo” de adoração diferente, sustentando que Jesus foi “um deus” criado pelo Pai conduz ao biteísmo que é idolatria.
O arianismo também confunde o conceito cristão de Trindade com tríade ou uma trindade comum[13] e afirma que os cristãos adoram três deuses como o faziam os antigos pagãos. Então, passa a atacar uma doutrina que imagina ser o que os trinitarianos crêem. Ataca-se um erro (de três deuses) que não é a verdadeira doutrina bíblica daTrindade.
É evidente que o conceito de um deus monárquico que comanda um ou vários deuses menores é adequado também ao sistema político das cidades-estado pagãs da Mesopotâmia e do Egito.[14] O tipo de sistema que Deus não queria que Israel copiasse.
Naquelas organizações políticas havia um rei único, e os homens tendo deixado o verdadeiro Deus, criaram seus deuses à imagem deles mesmos e seus sistemas monárquicos absolutistas. Mesmo suas tríades nada mais eram do que um deus absoluto rodeado de dois “imediatos” e muitos outros vassalos divinos, iguais aos sistemas sócio-políticos da época.
Numa sociedade onde se conhecia apenas um monarca absoluto, a doutrina da Trindade dificilmente poderia ser entendida e aceita sem o auxílio da Revelação de Deus. Não havia lugar para uma concepção tal que tornasse três pessoas iguais, e ao mesmo tempo distintas, membros de UMA única divindade. Portanto, o conceito do Monas e do rei absoluto, reflete o erro religioso pagão das tríades (seja por via platônica-grega, egípcia ou mesopotâmica). É diferente e incompatível com a doutrina bíblica da divindade triúna.
Assim que, Israel necessitava uma revelação progressiva sobre a Trindade pois se encontrava influenciado pelas nações em redor com seus panteões de ídolos monárquicos.
É notável que quase cada doutrina da Bíblia foi imitada ou distorcida no paganismo, assim também o conceito de Deus. Como apresentado a seguir, é grande a diferença entre o conceito de Trindade bíblica e a tríade pagã:[15]
TRINDADE
Uma só divindade
Natureza infinita
Atributos infinitos
Onipotente
Onisciente
Onipresente
Imutável
Perfeito
Bom
TRÍADE
Três divindades
Natureza finita
Atributos finitos
Impotentes
Sem onisciência
Sem onipresença
Mutáveis
Imperfeitos
Às vezes bons e maus
Como se pode ver, a rejeição da trindade apresenta-se aqui em dois pontos: 1) a rejeição de um entendimento equivocado da Trindade à parte do seu sentido bíblico, e 2) também uma opção para entender a doutrina de Deus pela ótica filosófica em lugar da aceitação do contexto bíblico que apresenta três pessoas distintas em uma única divindade. Esse ensino pode ser encontrado na Bíblia, independente de se entender ou não como isso se processa.
De fato, não se entende completamente como funcionam coisas deste mundo como energia elétrica, máquinas, e fenômenos naturais e, apesar disso, com elas se convive e se desfruta seus benefícios mesmo sem entendê-las ou poder explicá-las. Se até mesmo o corpo humano é um mistério para o homem, sem falar nas maravilhas da mente, e no entanto não são rejeitadas por isso, como se pode exigir entender tudo sobre a natureza de Deus?
Realmente, a primeira verdade anunciada no ato de recepção na igreja é que o crente está sendo aceito “em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo” (Mt 28:19). Este texto, equivocadamente posto sob desconfiança[16] apresenta as três pessoas ao novo crente, igualando-os em nome e autoridade. Uma tríplice aprovação para o batismo. Foi essa lição primária que a igreja cristã primitiva e pós-apostólica aceitou, abrindo mão, neste caso, de propostas interpretativas originadas na filosofia platônica do Monas solitário e que levariam a erros como o triteísmo e biteísmo.
Por outro lado, a alegação de que a doutrina da Trindade não existia na igreja cristã antes do quarto século pelo fato desta palavra ainda não haver sido usada antes do ano 325 d.C. então, pergunta R. Morey, como justificar a acusação de que a noção de Trindade existia entre os povos pagãos e nos escritos de Platão, se a palavra Trindade jamais é mencionada nem por Platão e nem pelos egípcios ou qualquer outro povo pagão? Se a existência da doutrina só vale com o uso da palavra, então não existia a idéia de Trindade entre nenhum povo pagão, e, assim, essa idéia não veio do paganismo, como se tem afirmado. De fato não existia a idéia de Trindade entre eles, mas somente de um panteão, alguns compostos de tríades hierárquicas adicionados de outros deuses inferiores às dezenas, independentes e digladiando-se entre si, ou de um Absoluto com suas “emanações” inferiores. A idéia de um Deus único em três pessoas é uma noção especial da Bíblia.
Respeitadas as proporções, Deus ensina os discípulos a ser “um” como Ele é “um”[17] (Jo 17:21-23). Muitos formando uma unidade. A união da igreja, que repete de forma limitada a união divina, é operada pelo Espírito Santo que se destaca na Trindade como o Autor da comunhão da igreja (2Co 13:13). Seria, por outro lado, ingênuo reduzir a união da Trindade ao nível da igreja, como o seria dizer que Deus é igual à igreja e esta igual a Ele, pelo fato de a Bíblia dizer que devemos ser “perfeitos como é perfeito o vosso Pai que está nos céus” (Mt 5:48). Deus é um em Sua esfera infinita e os crentes devem ser um em sua esfera finita.
A Questão das Referências a Deus no Plural
Deus refere-se a Si mesmo no plural. Pode ser difícil para o pensamento ariano ou monista platônico entender e aceitar a pluralidade de Deus mas as evidências nas páginas da Bíblia são expressivas. Tais passagens têm sido um embaraço até mesmo para os judeus que não têm podido explicar como Deus é sozinho e a Bíblia, apesar disso, desvia-se inúmeras vezes de uma linguagem singular para tratá-lO de forma plural.
As passagens mencionam Deus declarando “façamos” o homem à “nossa” imagem (Gn 1:26); o homem é como um de “nós” (3:22); “desçamos e confundamos” ali a sua linguagem (11:7) e: “A quem enviarei e quem há de ir por nós?” (Is 6:8). Aqui em Isaías a palavra enviarei é singular, nós é plural e quem fala é YHWH. No entanto, o evangelho de João diz que a glória que Isaías viu foi a de Jesus (Jo 12:37-41). Já o apóstolo Paulo, no livro de Atos atribui as palavras ditas por Deus ao Espírito Santo (At 28:25-27) que, como se demonstrará mais adiante, é uma pessoa distinta do Pai. Portanto, o Senhor (YHWH) sobre o trono em Isaías 6, entendido como o Pai, é revelado na Bíblia como sendo também o Filho e o Espírito Santo. Assim ocorre em outras passagens.
Ainda, a palavra “Deus” em Gênesis é também plural. Em vez do singular El (Deus) a Bíblia usa Elohim (Deuses) mas não para denotar o sentido politeísta numérico pagão.[18] Mesmo que a forma Elohim seja muito debatida, a questão permanece: Deus, em Gênesis, é tratado como um só ser e agindo no plural. Ou seja, um ser que se assume no plural!
Diante dessas e outras questões, adversos à Trindade respondem que este é um plural majestático como o temos em português e em outros idiomas. Uma simples forma especial e exaltada que reis usavam para descrever a si mesmos. Porém, o fato é que essa forma de tratamento não existia e nem era usada pelos hebreus antigos. Conforme declara o rabino Nassi:
Qualquer um que está familiarizado com os rudimentos da língua hebraica e caldéia, deve saber que Deus, nos santos Escritos, muito freqüentemente fala de si mesmo no plural. As passagens são numerosas, nas quais, em vez da concordância entre o sujeito e o predicado, nós encontramos uma construção, à qual alguns modernos gramáticos, os quais possuem mais do assim chamado conhecimento filosófico do que real conhecimento das línguas orientais, chamam de pluraris excellentiae. Isto ajuda-os a escapar de cada aparente dificuldade. Tal pluralis Excellentiae era, contudo, uma coisa desconhecida para Moisés e os profetas.[19]
Se a questão do tratamento para Deus no plural não contivesse implicações comprometedoras para os que não aceitam a Trindade, não seria necessário que mesmo antigos escritores usassem explicações e mesmo citações modificadas procedentes de fontes judaicas como ocorre no Livro dos Jubileus 1:26; 2:14; no comentário de Filo e no Talmude de Jerusalém sobre Gn 1:26, entre outros exemplos.[20] Também não seria necessário tantas edições de traduções “modificadas” como a “Novo Mundo” das Testemunhas de Jeová nas quais os textos são visivelmente alterados para escapar à direta verdade bíblica.
A Gramática de Gesenius
O argumento do “plural magestático” foi espalhado no século XIX pelos inimigos da Trindade. Um truque atribuído, lamentavelmente, ao hebraista Gesenius,[21] durante os debates antitrinitarianos. Apesar desse pensamento ser retratado em nota de rodapé de sua gramática revisada [22] continua sendo usado pelo compromisso com a idéia unitarista.
A palavra “façamos” de Gn 1:26 também tem sido atribuída, por alguns, à presença dos anjos, mas isto é impossível devido a que se esse fosse o caso, o termo “imagem” deveria vir também no plural (referindo-se à imagem de Deus e à dos anjos) além do mais a Bíblia nunca diz que fomos criados à imagem dos anjos ou que estes tenham sido co-criadores de qualquer coisa muito menos do homem feito “à imagem de Deus”. Por outro lado, nessa questão, é de suspeitar-se de Gesenius, uma vez que, embora professor de teologia e notável gramático, foi acusado de filósofo racionalista, o que explicaria sua dificuldade para aceitar a Trindade, que transcende a razão.[23]
A Declaração de que Deus é Um em Dt 6:4
A palavra usada no idioma hebraico (no qual o AT foi escrito) é echad que significa uma união e não uma pessoa sozinha. A mesma palavra é usada para “o primeiro” dia que é “um” (heb. echad) por ser o resultado da união da noite e da parte clara (tarde e manhã) conforme o relato da criação de Gênesis. O mesmo ocorre com o casal humano. Deus os chama “uma” (heb. echad), só carne em Gn 2:24. Portanto, a palavra escolhida para definir que Deus é “um”, significa não uma pessoa isolada mas uma unidade.
Também a pessoa não perde sua personalidade e nem se “dissolve” na outra quando é echad. Desse modo o povo era “um” (heb. echad), e ao mesmo tempo muitos (Gn 11:16); “um” (heb. echad) coração mas era uma multidão (2Cr 30:12) e, como no novo concerto, Deus deu a todos os crentes, seu povo, “um” (heb. echad) coração (Jr 32:39) mas eles são muitos. Assim, na esfera infinita de Deus há “um” (heb. echad) Deus, embora sejam três pessoas.
Quando a Bíblia se refere a um ser ou algo solitário usa a palavra “único” (heb. yechad) que se refere a único, sozinho, como em Sl 68:6. Assim, quando Deus é definido Ele é echad (unido) e quando é comparado com os deuses falsos Ele é yechad (único). Não há igual a Ele. Se a Bíblia pretendesse apoiar a visão unitarista para descrever a divindade usaria, é claro, yechad que fala de um ser solitário. A Bíblia teria sido escrita de outro modo, jamais usando echad, que admite a possibilidade da Trindade unida em uma só divindade, pois “o nosso Deus é o único [echad - unido] Senhor” (Dt 6:4).
Apesar do conhecimento judeu sobre o assunto, o motivo do significado de único ter prevalecido na sua confissão de fé em lugar do significado de um, referindo-se a unido, pode encontrar-se fora da Bíblia.
Segundo a gramática, echad, além do significado de uno e adjetivo, encerra também o sentido numérico e de único. Apesar disso, o grande rabino Moisés Maimônides, que foi muito influenciado pelo pensamento unitarista islâmico e pela filosofia pagã aristotélica e platônica, [24] percebeu que a palavra não era destituída de valor para definir a natureza plural de Deus e no seu esforço de opor-se ao conceito bíblico defendido pelo cristianismo, estabeleceu 13 artigos de fé para o judaísmo nos quais a declaração de que Deus é unido (heb. echad) ser mudada para único (heb. yechad) alterando o sentido do texto bíblico de Dt 6:4.[25]
Lamentavelmente, ainda hoje alguns não hesitam em mudar palavras e porções da Bíblia e até criar argumentos gramaticais inexistentes,[26] a fim de defender suas idéias previamente estabelecidas. O problema é partir de idéias previamente sustentadas para, em seguida, buscar apoio na Bíblia em vez de buscar a Bíblia para entender sua mensagem.
Por outro lado, o conceito cristão de um Deus trino, por ser exclusivamente bíblico, apesar das contrafações das tríades, como mencionado, era inexistente entre os filósofos e nações pagãs. Finalmente, a idéia que confunde Trindade bíblica com a tríade pagã parece decorrer da incapacidade e desinteresse para entender o que a Bíblia realmente ensina.
A Bíblia, a Trindade o Espírito Santo
Conforme apresentado até aqui, a Trindade é uma doutrina peculiar do cristianismo. Ela difere das contrafações que possam ser encontradas no paganismo religioso ou filosófico. É inevitável o confronto com passagens que explicitamente declaram a divindade de Jesus.[27] Além disso, suas qualidades divinas de ter vida em Si mesmo, perdoar pecados, ser adorado,[28] ter Seu nome substituindo o nome de Jeová nas passagens citadas do AT no NT entre outras, são apenas algumas áreas que conferem a Jesus prerrogativas e atributos que somente pertencem a Deus, o Pai.
Um fato complicador adicional que contraria o unitarismo radical russelita,[29] que assemelha-se ao muçulmano,[30] é que tais atributos e prerrogativas divinas também são conferidos ao Espírito Santo em dezenas de passagens. Ou seja, embora a Bíblia fale de um só Deus, declara ao mesmo tempo que esse Deus apresenta-se como Pai, e Filho e Espírito Santo. Não no sentido de modalidades de uma mesma pessoa que ora aparece como Pai, depois como Filho e algumas vezes como Espírito Santo. Esse pensamento não suporta o peso do ensino bíblico que apresenta as três pessoas de forma distinta, separados, interagindo simultaneamente de forma pessoal e mencionados como Deus.
A igreja, aceitou o testemunho das Escrituras de um só Deus em três pessoas distintas que se manifestam de forma cada vez mais clara à medida que a luz da verdade progride do Antigo para o Novo Testamento.
Identificando as Pessoas da Trindade
O Espírito Santo existe individualmente (At 19:2) e opera (v.6). O verbo usado para “existir” (v. 2) é o verbo ser (gr. estin). [31]A Bíblia deixa claro que o que aqueles discípulos não sabiam sobre Deus era a existência do Espírito Santo. Evidentemente não tinham dúvidas sobre a existência de Deus o Pai e o Messias ou anjos, que faziam parte da tradição teológica judaica e com a qual os primeiros cristãos estavam familiarizados mas, como disseram, “nem mesmo ouvimos que existe o Espírito Santo.” O Espírito era, para eles, um novo elemento que, como veremos adiante, a Bíblia confere atributos (qualidades inerentes) e prerrogativas (direitos) que só pertencem a Deus e, assim, não se pode chegar a outra conclusão a não ser sua divindade na Trindade.
A Trindade é negada alegando-se a fragilidade do texto de 1Jo 5:7-8, cuja porção interpolada, como encontrada na Vulgata antiga, só possui registro em manuscritos a partir do século XVI.[32] Como apresentado até aqui, a revelação bíblica deixa claro, de muitas formas diretas e indiretas o tema da Trindade, o qual tem como base muitas outras citações,
o que torna o texto de I João virtualmente desnecessário para a fundamentação da doutrina.
Não é possível, partindo do simples e direto testemunho das Escrituras negar a presença de três pessoas simultâneas e distintas no batismo de Jesus; a voz do Pai, o Espírito vindo na forma de uma pomba e o Filho na forma humana sendo batizado (Mt 3:16). Também são três os que estão presentes na fórmula batismal (Mt 28:19) mencionados de maneira distinta, pessoal e igualitária. Na verdade, são tantas as passagens nas quais aparecem numa estrutura trinitariana que, apenas algumas exemplos mais serão apresentados, além dessas já muito conhecidas.
Porções nas quais as três pessoas são mencionadas em um versículo, ou em trechos mais longos da Bíblia e, nos quais, o Espírito Santo aparece junto com o Pai e o Filho de forma distinta e inconfundível são comuns. No texto de 2Co 13:13, por exemplo, como nos outros a seguir, a ordem dos nomes Pai, Filho e Espírito Santo não possui sentido hierárquico mas todos estão envolvidos na concessão de comunhão, graça, amor, perdão e salvação que são, entre outras, dádivas oriundas exclusivamente da divindade.
Três Pessoas distintas
Note-se os quinze exemplos, que se seguem, da individualidade e ação conjunta da divindade em três pessoas:
1. Três: (Jo 14:16) “E eu rogarei ao Pai e ele vos dará outro (allos) Consolador, a fim de que esteja para sempre convosco.”
2. Três: “a quem o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito” (v. 26).
3. Três: At 1:1-4: exercendo funções diferentes: as ações de Jesus (v. 1); a intermediação do Espírito Santo (v. 2) e a promessa do Pai (v. 4).
4. Três: (At 2:32, 33) Jesus ressuscitado (v. 32) a promessa do Pai e o Espírito Santo derramado (v.33).
5. Três: (At 2:38-39) O batismo em nome de Jesus (v. 38); o Dom do Espírito Santo (v. 38) e o chamado de Deus.
6. Três: (4:8-10) Pedro cheio do Espírito Santo (v. 8); Jesus crucificado e Deus que o ressuscitou (v. 10)
7. Três: (4:24-26) Deus, o soberano (v. 24); o Espírito Santo que falou pela boca de Davi (v. 25) e o Ungido do Senhor (v. 26).
8. Três: (5:31-32) Deus que exaltou (v. 31); o Salvador (Jesus) e o Espírito Santo que é testemunha juntamente com os apóstolos (v. 32).
9. Três: (7:55-56) o Espírito Santo enchendo Estevão que vê Deus no Céu e Jesus à sua direita.
10. Três: (10:46-48) Deus é engrandecido por pessoas que receberam o Espírito Santo e foram batizados em nome de Jesus.
11. Três: (20:21-23) o arrependimento para com Deus e a fé em Jesus (v. 21) e o Espírito Santo que adverte das provações (v. 23).
12. Três: (Ef 1:13-17) selados com o Espírito da promessa o qual é penhor até ao resgate de Sua propriedade (v. 13); a fé no Senhor Jesus (v. 15) e Deus, o Pai da Glória (v. 17).
13. Três: (Tt 3:4-6) a benignidade de Deus (v. 4); o lavar renovador do Espírito Santo (v. 5) e a mediação de Jesus Cristo no verso 6.
14. Três: (Hb 10:12-15) Jesus que se ofereceu e está à destra de Deus (v. 12) e o Espírito Santo que também disso dá testemunho (v. 15).
15. Três: (1Co 2:10-12, 16) as coisas de Deus somente podem ser reveladas pelo Espírito. Esse Espírito vem de Deus e só ele conhece as coisas de Deus e nós temos a mente de Cristo (v. 16).
Muitas outras passagens poderiam ser citadas para indicar a presença de três pessoas na ação de Deus como Trindade.[33]
O Espírito Santo não é um Anjo
Tem-se feito esforços para demonstrar que o Espírito Santo é um anjo, talvez o mais importante dentre os anjos. A idéia não é nova e já foi refutada no passado, mas persiste até hoje entre alguns. No entanto, The Theological Dictionary of the New Testament, uma das maiores autoridades na questão do significado dos termos bíblicos gregos, após referenciar as fontes, conclui sobre o Espírito Santo:
A autonomia do Espírito no judaísmo é surpreendente. Nos escritos rabínicos o Espírito é mencionado freqüentemente possuindo categorias pessoais. Há muitos exemplos do Espírito falando, clamando, admoestando, entristecendo-se, chorando, regozijando-se, confortando, etc. De fato, o Espírito é mesmo mencionado falando com Deus. Por esta razão alguns têm pensado que o Espírito é considerado no judaísmo como uma hipóstase, um ser angélico. Mas isto é introduzir uma idéia que não é sustentável na visão judaica. O Espírito não é um ser angélico celestial. Nos escrito judaicos ele nunca está presente na assembléia diante do trono de Deus.[34]
Ou seja, jamais, nem na Bíblia e nem nos escritos rabínicos o Espírito é descrito como um ser angélico que apresenta-se perante Deus, salvo nas interpretações mais modernas da frase “sete espíritos que se acham diante do trono” (Ap 1:4). Esta passagem, entretanto, embora alvo de controvérsias, deve ser considerada no seu contexto do simbolismo especial do livro do Apocalipse, sem esquecer que a maioria dos comentaristas tem considerado a expressão uma referência à plenitude da obra do Espírito Santo.[35]
Era comum na literatura judaica antiga a função intercessória dum anjo, especialmente Miguel, como advogado. “Mas o Espírito não é um anjo e nem é comparado com os anjos intercessores.”[36] Os que sustentaram tal idéia baseada na expressão “anjo do Espírito Santo” obtiveram pouca consistência com as raras referência da expressão.
Nos ditos do rabino Pinchas Chama (…) o Espírito Santo não é o maior dos anjos mas é diferenciado deles: “Antigamente você (Israel) se alegrou ao ser guiado pelo Espírito Santo, mas agora (depois do pecado do bezerro de ouro) você deve se contentar em ser guiado por um anjo”. O Espírito Santo representa a presença de Deus de uma forma muito diferente da dos anjos…[37]
No AT ou no NT nunca se usa a referência a anjos de Deus “entrando” em alguém ou ali morando, atividade reservada exclusivamente para um ser à parte, que pode fazer tal coisa sem destruir a individualidade humana. Fora o Espírito Santo e os membros da Trindade apenas os anjos maus, demônios, “apoderam-se” e “moram” em seres humanos, mas isso implica em violência à individualidade. Daí os anjos de Deus estarem ao nosso “redor” mas o Espírito vive “em” nós.
A separação entre anjos e o Espírito Santo é tão notável que “o Espírito de Deus é a força que está por trás dos querubins. Ez. 1:12, 20.”[38] Assim, mesmo os querubins recebem do Espírito o poder para agir e a direção que devem seguir. Neste caso, como em outros, o Espírito não é confundido com os anjos mas é diferenciado deles e os impele.
É notável que o relato de Lucas (Lc 1:11-35) deixe bem claro a operação da Trindade na qual cada pessoa desempenha um papel diferente. O anjo Gabriel apenas anuncia o nascimento de Jesus, que seria, de forma especial, chamado Filho do Altíssimo e não de um anjo. O próprio anjo é categórico em anunciar que o Espírito Santo (outra pessoa) desceria. Se Gabriel fosse o Espírito anunciado, ele declararia “descerei” ou “desci” ou ainda: “estou descendo” sobre ti. Ao excluir-se, anunciando outro personagem, Gabriel demonstra, fora de dúvida, de que ele não é o Espírito Santo. Mesmo porque o “ente santo” seria chamado, particularmente, Filho do Altíssimo e não de um ser angelical. Esse pensamento, do Espírito Santo como o Gerador de Jesus, é apresentado de forma direta pelo texto de Mateus: “achou-se grávida pelo [gr. ek = por, procedência] Espírito Santo” e “por que o que nela foi gerado [Jesus] é [gr. estin = ser] do [gr. ek = por, procedência] Espírito Santo.” (1:18, 20 – grifos e chaves supridos). A expressão gramaticalmente “denota autor ou causa eficiente”.[39]
A hipótese de que Gabriel, qualquer anjo ou mesmo todos os anjos juntos, sejam o Espírito Santo resulta em conferir aos anjos a capacidade geradora da vida do próprio Jesus, que não é Filho de anjo ou anjos, mas do “Altíssimo”. Felizmente, tal idéia é negada pelo próprio Gabriel ao indicar outro Personagem, o Espírito Santo, o qual, ao operar o nascimento de Jesus lhe conferiria o status de “Filho do Altíssimo” (Lc 1:32).
A distinção entre os anjos e o Espírito Santo aparece também em At 7:48, 51-53. Nestas passagens alguns personagens distintos aparecem: o Altíssimo é mencionado no verso 48 como não habitando em casas feitas por mãos humanas; o Espírito Santo sendo resistido; o povo de Israel; os profetas; Jesus, que é o outro personagem simultâneo do relato e, finalmente, os anjos que mediaram a entrega da lei (At 7: 53) que, neste caso não é uma referência específica ao decálogo mas ao Pentateuco. Aqui os anjos são distintos do Espírito Santo.
É claro que alguém poderia perguntar se a lei (as Escrituras) foi dada pelo Espírito Santo, que nesse caso seriam os anjos desta passagem. Isso não parece possível pois é dito ser Jesus também mediador das Escrituras antes da encarnação, e de ter estado nos profetas falando do Seu sofrimento (1Pe 1:10, 11) e apesar disso, Jesus não é um anjo comum como não o é a pessoa do Espírito Santo. Moisés também foi mediador para a outorga da lei (Jo 1:17) e, no entanto, os anjos referidos em Atos não devem ser identificados com Moisés e nem Moisés como o Espírito Santo. Logo, anjos e homens foram mediadores para a outorga da lei. Todos participaram do processo da maneira como Deus determinou. Por outro lado, seria normal esperar chamar-se o Espirito Santo no plural, “Espíritos Santos” se aquele fosse “os anjos”, mas isso não ocorre. A Bíblia, todavia, prefere a designação Espírito Santo no singular embora use muitas vezes o plural para a palavra anjo.
Jeová também é chamado, diretamente, de anjo do Senhor e desenvolve todas as tarefas de um anjo criado e o próprio Cristo é identificado como o arcanjo Miguel.[40] Não é preciso nenhum esforço para chegar a essa conclusão. Isso, contudo, não faz de Deus e Cristo anjos no sentido comum. Assim também, os anjos não são o Espírito Santo e nem Este é um anjo ou anjos. Mas Deus o Pai, o Filho e o Espírito Santo partilham com Suas criaturas, anjos e homens, muitas tarefas no plano da redenção de almas.
O relato de At 8:26-39 também tem sido interpretado buscando-se a identificação de pessoas entre o Espírito Santo e os anjos. A Bíblia, porém, enfatiza a participação de vários personagens na conversão do etíope: Felipe, O Espírito Santo e “um” anjo (8:26). Embora os anjos bons sejam “espíritos ministradores” é usual na Bíblia serem chamados pela denominação de “anjos” e não de “espírito”. Dessa forma o texto introduz mais um agente, distinto do Espírito Santo, para corroborar com a salvação de almas.
Não se deve esquecer que os salvos são, em certo contexto, chamados de “espíritos” (Hb 12:23) e os próprios anjos, do outro lado, são chamados em algumas aparições de “varões” (gr. Andres, Lc 24:4) ou “homens de Deus”. Seria desrespeitar os contextos e dizer que os homens são espíritos e daí anjos celestiais também, pois de anjos são chamados. Ou que os anjos, na verdade, são homens de carne e osso pois são chamados “homens”. Assim, embora a nomenclatura se assemelhe nos casos mencionados, é preciso lembrar que os personagens são diferentes tanto no contexto imediato das passagens como no contexto mais amplo da Bíblia. E, no trecho em questão, a coerência exige que um só termo, ou “anjo” ou “Espírito” seja usado em todo o relato de At 8:26-39 para se entender apenas um personagem. No entanto, dois nomes diferentes foram usados para identificar personagens diferentes numa ação conjunta. O anjo aproximou-se de Felipe e lhe falou onde ir, mas foi o Espírito Santo quem o orientou a acompanhar o carro e arrebatou a Felipe após o batismo (v. 39).
Declara-se do Espírito Santo que ele habita com e nos crentes para sempre, como já vimos em Jo 14:16, 17 e que o nosso corpo é seu templo individual (1Co 6:19). Isso requer onipresença, para viver em cada crente simultaneamente, sempre, até que Jesus volte. Tal poder nem Gabriel e nem todos os anjos juntos possuem. Aliás, a Bíblia não informa que os anjos de Deus moram dentro dos homens. Eles, embora residam no céu, “acampam” ao “redor” dos que temem a Deus e os livram (Sl 34:7).
Além disso não poderia a presença de um simples anjo ser mais “conveniente” (gr. Sumferei = vantajoso, lucrativo, Jo 16:7) do que a do próprio Jesus. Como não poderia um anjo ser igualado a Jesus quando ele disse que enviaria “outro” (gr. Allos = outro igual) Consolador. O texto fala de alguém “igual” a Jesus, o Espírito Santo, que viria para substituí-lo.[41]
Retornando à declaração bíblica de que o nosso corpo (individualmente) é “templo” (gr. naós) do Espírito Santo (1Co 6:19) e que “nós” (coletivamente como igreja) somos Seu “templo” (gr. naós). É importante notar que a palavra usada para templo em ambos os casos não é a palavra grega hieron que se referia a todo o complexo do templo.[42] Embora às vezes usadas como sinônimos, naós (1Co 3:16; 6:19) é a palavra preferida para referir-se ao lugar santíssimo do templo de Israel, o lugar da presença de Deus. Essa palavra, mesmo entre os pagãos, referia-se ao lugar onde se localizava pessoalmente a divindade. A palavra “habitar” (gr. oikei) significa “residência fixa”, “permanência”.[43] Conforme declara Leon Morris:
Evidentemente [Paulo] via o Espírito como divino no sentido mais completo. O “templo” ou santuário é o lugar onde Deus habita. Essa é sua característica distintiva. Mas o ser que habita neste santuário é o Espírito.[44]
Obviamente não teria sentido um santuário para anjos, o que seria idolatria. Anjos e homens podem estar no santuário mas não têm santuário para eles. Mais absurdo ainda é um santuário para uma energia impessoal, o que lembra a “adoração” do caos pagão ou do acaso materialista. De qualquer forma a palavra para o santuário de Deus referido em 1Co 3:16 é a mesma do capítulo 6:19, referindo-se a um lugar onde uma divindade está e é adorada e, especificamente ao “santo dos santos” do santuário israelita onde a presença de Deus se manifestava. Ou seja, o Espírito Santo que não pode ser confundido com o próprio Deus Pai, pois vem “da parte de Deus” (6:19), é apresentado como Alguém que têm em nós um santuário, lugar de adoração, prerrogativa exclusiva da divindade e, portanto, não pode ser anjo criado.
A Bíblia também diz que Jesus é superior aos anjos (Hb 1:1-14) e que estes são servos dos salvos e seus conservos perante Deus (Ap 22:9). Por isso o Consolador, igual a Cristo, não é um anjo criado. Os anjos operam em harmonia com o Espírito Santo: intercedem, ensinam, iluminam, repreendem e muitas outras coisas, mas são diferentes, distintos do Espírito Santo, como a igreja que é diferente e distinta, embora desenvolvendo muito da mesma missão e tarefas.
Na Epístola aos Hebreus é feita a referência, no capítulo 1:14, aos espíritos ministradores que são os anjos. A seguir, é dito aos cristãos de origem judaica, que se orgulhavam de terem recebido grande número de intervenções angelicais nas suas Escrituras, que o ministério dos anjos é inferior ao ministério de Jesus e do Espírito Santo (2:1-4):
… se ficou firme a palavra falada por meio de anjos (…) como escaparemos se negligenciarmos tão grande salvação? A qual, tendo sido anunciada inicialmente pelo Senhor, foi-nos depois confirmada pelos que a ouviram; dando Deus testemunho juntamente com eles, por sinais, prodígios e vários milagres e por distribuições do Espírito Santo, segundo sua vontade.
Nos versos acima mencionados percebemos um contraste feito pelo autor de Hebreus entre a participação dos anjos no AT (exaltada pelos judeus) e a revelação de Jesus Cristo que foi maior do que a dos anjos por duas razões básicas mencionadas no texto: 1) O anúncio do próprio Senhor confirmado pelos que ouviram, e 2) Deus operando milagres e concedendo o Espírito Santo como não havia ainda feito antes. Ora, é sabido que, apesar de grandes milagres terem ocorrido no passado, somente com o cumprimento de Joel 2:28 em Atos 2, se manifestou a grande diferença entre o ministério no AT e no NT, isto é, com a vinda do Senhor e o derramamento do Espírito Santo.
Essa é que é a “grande salvação” superior e diferente em poder e significado à ministração dos anjos do AT. Hebreus, em outras palavras, declara: eles no passado tiveram anjos mas nós temos algo superior: o Espírito prometido. Eles tiveram Moisés, nós temos Jesus, o Filho de Deus. Ou seja, a Trindade está mais manifestada na obra da salvação agora, através do Pai, do Filho e do Espírito Santo do que no passado.
Ainda, acerca do plano da salvação, é importante lembrar que os anjos não sabem tudo sobre a redenção que o Espírito Santo anuncia (1Pe 1:12) então, estes não são o Espírito Santo, o Consolador que tudo sabe. O Espírito, porém, em Sua própria “mente” (gr. frónema = mente, intelecto, Rm 8:27) sabe todas as coisas de Deus (I Co 2:10-12) e Ele não pode ser confundido com o Pai, pois aqui, como em outras partes da Bíblia, é dito que Ele “vem” de Deus (gr. ek = procede, v. 12) e Deus se revela “através” (gr. diá = através, por meio, v. 10) dele.
Vale lembrar que a Bíblia diz que Deus é eterno e suas dádivas são eternas, mas evita chamar os anjos e os homens de “eternos” embora estes últimos receberão vida eterna.
Entretanto, para mostrar a superioridade do sacrifício de Cristo, em oposição ao “transitório” sistema judaico mediado pelos anjos, o autor de Hebreus (Hb 9:13, 14) chama ao Espírito de “eterno” (gr. aioniou). Aqui, “eterno” é uma qualidade do Espírito para mostrar a superioridade do sacrifício de Jesus com resultados sem fim, eternos. Sacrifício este que não é passageiro como os sacrifícios cerimoniais que deveriam cessar, não apenas nos efeitos, pois deveriam, neste caso, ser repetidos a cada ano (9:7) como também cessariam no “tempo oportuno da reforma” quando o verdadeiro sacrifício que é Jesus viesse (9:10). Portanto, neste verso de Hebreus 9:14, “eterno” tem sentido pleno de eternidade e confere esta qualidade ao sacrifício de Jesus mediante o Espírito. No verso 14 aparecem as três pessoas da Trindade: 1) o sangue de Cristo, o qual oferece a si mesmo; 2) “pelo” (gr. diá = através, por meio do) Espírito eterno; 3) a Deus. É improvável que um anjo finito e imperfeito possa ser chamado de eterno no sentido absoluto e ser mediador do sacrifício de Jesus diante de Deus. Jesus que, diz a Escritura, é mais “alto do que o céu” e é “perfeito” (Hb 7:26-28). Assim o Espírito Santo (Hb 9:8) é diferente dos anjos porque o Espírito é, pessoalmente, eterno (Hb 9:14) como o Messias é eterno (Is 9:6).
Portanto o Espírito Santo não é um ou mais anjos. Seu ministério é diferente e superior ao dos anjos, marcado pessoalmente pela onisciência e eternidade.
Os Símbolos Não Significam Que o Espírito Santo Não Tem Personalidade
O Espírito Santo nunca foi visto pessoalmente, salvo por meio de representações. Assim, Ele aparece na Bíblia como fogo, vento, chuva e pomba. Mas esses símbolos não tornam o Espírito Santo inexistente como pessoa como era o pensamento dos saduceus que não acreditavam nem em anjos e nem em espírito (At 23:8), ou certo grupo de crentes que nem sabia que existia o Espírito Santo (At 19:2), uma das razões do seu rebatismo (At 19:1-5)
É importante lembrar que Deus o Pai, Jeová, é representado na Bíblia como fogo, luz, chuva, orvalho, rocha, etc., sem que isso signifique que o Pai não exista ou seja apenas uma energia. Jesus também, e mesmo os anjos bons ou maus são representados por símbolos diversos sem afetar Sua personalidade. Deus é espírito (gr. pneuma = vento), ninguém jamais o viu, e no entanto Ele existe e é pessoal. O mesmo ocorre com o Espírito Santo. O Consolador é espírito (gr. pneuma = vento), ninguém o viu, e no entanto ele existe e é pessoal, pois é descrito na Bíblia com as mesmas características pessoais que têm o Pai e o Filho.
Os símbolos usados para Deus, os anjos, Jesus e a igreja não devem confundir as pessoas que são identificadas pelos mesmos símbolos e nem anular as respectivas personalidades. A seguir, uma relação de símbolos bíblicos:
Fogo
Anjos são fogo (Hb 1:7; Ez 1:13, 14)
Deus é fogo (Hb 12:29)
Luz
Deus é luz (1Jo 1:5)
Jesus é Luz (Jo 1:4, 8, 9 e 8:12)
Anjo é luz (2Co 11:14)
Nós somos luzes (Mt 5:14)
Estrêla
Jesus é estrela (Ap 22:16)
Anjos são estrelas (Ap 1:20)
Satanás é estrela (Is 14:12-13)
Nós somos estrelas (Dn 8:10; 12:3; Ob 4)
Chuva
Deus (Jeová) é chuva, orvalho (Os 6:3)
O rei Messias é como a chuva (Sl 72:6)
Espírito, vento
O Consolador é espírito (gr. pneuma).