Paulo Emílio _PE247 - O deputado federal Anderson Ferreira (PR-PE) bateu duro e forte na promessa da presidente Dilma Rousseff (PT) de querer assumir pessoalmente a articulação política do seu governo junto aos partidos da base aliada. “É muito difícil que ela vá conversar com os deputados. Desde o início do mandato ela tem se comportado como uma ditadora. É do perfil dela. Isso (o fato de Dilma querer assumir a articulação política) não será entendido como um gesto, mas uma tentativa de impor uma linha de pensamento. Se ela tentar vai ouvir o que não quer. E ela não está acostumada a ouvir o que não quer”, disse o parlamentar.
Para Ferreira, as tentativas do governo em conseguir fortalecer a relação com a base e melhorar a sua articulação no Congresso Nacional resultaram em fracasso. “A Ideli (ministra das Relações Institucionais) não conseguiu e a presidente Dilma não tem habilidade política para dialogar. Toda tentativa que fez foi um desastre. Tem que procurar alguém que faça isso”, disparou durante entrevista à Rádio Folha FM.
As críticas sobre os problemas de articulação política aparecem não apenas na esteira dos problemas enfrentados nas relações tempestuosas entre o Executivo e o Legislativo, que evidenciam cada vez mais o desgaste político dentro dos próprios partidos que compõe a base do governo no Congresso Nacional. No caso específico do PR o desgaste vem de longa data. A legenda mantém uma relação conflituosa desde o início do governo Dilma e acusa os petistas de tratarem o partido com descaso.
Esta relação conflituosa ficou ainda mais evidente com o processo de fritura do senador e atual presidente do PR, Alfredo Nascimento, que assumiu o Ministério dos Transportes. Citado em uma investigação em um processo de corrupção, juntamente com o deputado Waldemar Costa Neto , Nascimento renunciou ao comando da pasta para evitar ser exonerado pela presidente Dilma.
Insatisfeito com o tratamento recebido, o PR ameaçou deixar a base governista. A ação foi contornada pela própria Dilma que, na tentativa de angariar apoio à sua reeleição e acalmar a fúria do aliado, acabou devolvendo o controle do Ministério dos Transportes ao partido com a nomeação do ex-senador César Borges.
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